QUE NEM UMA FLOR POR ABRIR
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QUE NEM UMA FLOR POR ABRIR

 
«Diga-se a propósito que os hospitais, importa pouco onde estejam e a dimensão que tenham, são espaços onde há muito mais do que doenças e aplicações de terapêuticas: locais que têm a ver com relações sociais entre pessoas postas em confronto em determinadas circunstâncias, onde participam, de um lado os médicos, os enfermeiros e o pessoal auxiliar, do outro quem carece da atenção, da competência e do empenhamento desses profissionais. São mundos deveras complexos, que acolhem gente de muitas origens, de várias proveniências, de educação, sensibilidade e habilitação distintas. Velhos e novos, dos que têm muitas, poucas ou nenhumas letras, dos que têm bom ou mau carácter, dos que vêm da cidade ou do campo ù toda essa gente, tão desigual no que é, no que pensa e no que faz, reúne-se aí um dia, quando é vítima de alguma moléstia.» [Do autor, in À Maneira de Introdução]
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